terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E se...

Algo está para morrer.

Ou já morreu e eu perdi o fio. Não acompanhei o velório, não fiz o luto. Não me despedi.
Volto a soprar a única brasa da fogueira que se esvai numa tentativa de fazer que o fogo que fenece, reacenda, permaneça...
Minutos depois, a brasa começa e se esvair de novo e eu recomeço meu ritual de primeiros socorros.

Soprar, vigiar, soprar, ficar atenta ao mínimo movimento do ar, ao pequeno calor que persiste.

Sopro delicadamente separando as cinzas - fogo já morto - daquele fogo vivo, que ainda insiste em estar.

Mas não durmo...

Ou durmo mal.

E a sensação é de trabalho jogado fora. De insistência sem percurso.
De falta de recursos para prosseguir soprano. Meu ar já não alimenta mais...

Algo morreu.

Mas não tenho clareza do quê. Talvez porque esteja andando sobre um mar de coisas, cadáveres-flores.

Aquilo que silencia, o que não se ouve, a indiferença, a falta de carinho, o excesso de tesão, o excesso de tensão...

Nada de chamegos, ou flores. Nem declarações de amor ou de dor.
Só o vazio do silêncio indiferente.
A falta do encontro..

Estou exausta, não dormi hoje, ou melhor, só dormi 3 horas.

Estava tentando salvar uma brasa de calor...

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