sábado, 17 de setembro de 2011







A correria faz a gente perder tanto! O vento no rosto, o amigo que, ao invés de falar com você, deixa recado em sua secretária eletrônica ou na caixa postal do seu celular. Perdemos a capacidade de observar por observar. Perdemos o direito à inutilidade de nossos atos. Perdemos o prazer? Corremos para possuir coisas: Carreira. Sucesso. Dinheiro. Todos se ocupando de suas vidas, cronometrados por um tempo que, se corre no relógio, não corre na vida. A vida é que corre. Corre sem que possamos nos perguntar porque nela corremos, porque dela fazemos uma sequência de fatos corridos. Fatos esses que muitas vezes por estarmos correndo, vivendo mais lá do que aqui, diante do outro, sequer pesamos a importância que têm para nós. Tudo passa a ter o mesmo gosto, a mesma importância. As pessoas, os eventos, os trabalhos passam a ser meios para se chegar lá. Existe uma galera vivendo assim. E como o coelho de Alice nos unimos ao coro: "Eu preciso chegar lá, eu preciso chegar lá, eu preciso chegar lá..." E quando chegarmos podemos talvez olhar para trás e ver a vida que deixamos no caminho.